O Segredo de Marina para Faturar R$ 15 Mil Por Mês Vendendo Arte Sustentável

No Estudo de Caso de hoje, iremos falar sobre a empresa Artesã Urbana, um negócio que transforma recicláveis em peças únicas e sustentáveis.
Vamos direto ao assunto 👇🏼

Olá, conte-me um pouco mais sobre você e do seu negócio!

Meu nome é Mariana Silva, sou dona da Artesã Urbana, uma loja virtual que vende acessórios sustentáveis feitos à mão, como bolsas e carteiras, todas produzidas com materiais reciclados.

Comecei sozinha em meados de 2018, sozinha, e hoje tenho uma pequena equipe de três pessoas que me ajudam na produção e no envio dos pedidos. Hoje o foco é oferecer produtos exclusivos, e que tem uma pegada de alinhamento com  o uso sustentável do meio ambiente. Valorizamos muito o contato com os clientes, então sempre buscamos atender de forma a entender melhor o que o cliente busca, mesmo sendo uma loja online.

Como surgiu a ideia do negócio?

A ideia surgiu de uma combinação de paixão e necessidade. Eu sempre gostei bastante de moda e sustentabilidade, mas percebi que era difícil encontrar acessórios legais e que também fossem conscientes.

Em 2017, passei por um momento difícil: perdi meu emprego e precisava encontrar uma forma de gerar renda. Ao mesmo tempo, comecei a fazer alguns cursos de costura e experimentava criar peças usando materiais que eu tinha em casa, como tecidos antigos e jeans velhos.

Um dia, uma amiga viu uma carteira que eu fiz com um jeans antigo e me disse: “Você deveria vender isso!”. Foi ai que a ideia realmente surgiu. Percebi que poderiam existir pessoas interessadas em produtos diferentes e sustentáveis. Comecei vendendo para conhecidas e, quando vi que a demanda era maior do que eu imaginei, montei a minha loja online. Foi tudo bem difícil e desafiador, mas extremamente recompensador!

Você pode descrever como foi o processo de construir a versão inicial da Artesã Urbana?

Foi um processo cheio de aprendizado e também improviso. Comecei na minha sala de estar, com uma máquina de costura básica que eu tinha. Passei semanas pesquisando materiais que fossem sustentáveis, baratos e bonitos. Descobrir fornecedores para coisas como jeans reciclado de qualidade foi um grande problema, mas acabei encontrando cooperativas e empresas de reaproveitamento que me ajudaram muito.

A versão inicial da Artesã Urbana era praticamente um “faça você mesmo”. Eu criei um Instagram e uma página no Facebook para mostrar os produtos, enquanto aprendia a mexer em alguns programas e sites de design para criar posts e a própria identidade visual da marca.

O primeiro site foi um quebra-cabeça. Eu não sabia nada sobre e-commerce, então usei uma plataforma pronta, que era fácil de configurar. No começo, eu só fazia as peças sob demanda. Foi bem trabalhoso, mas também me ajudou a entender quais produtos as pessoas realmente queriam e como melhorar a experiência de compra.

Lembro que o primeiro mês foi tão devagar que eu quase desisti, mas depois que começaram a surgir as primeiras avaliações e o famoso “boca a boca”, tudo tomou forma. Foi uma construção passo a passo, sempre tentando melhorar com o que eu tinha disponível.

E como foi o processo de crescimento da Artesã Urbana, como você fez para a marca crescer a presença online?

Foi lento e consistente, sempre focado em criar uma comunidade em torno da marca. No início, investi muito tempo em redes sociais, especialmente Instagram e Pinterest, que eram perfeitos para mostrar o aspecto visual e artesanal dos produtos. Comecei compartilhando não apenas as peças prontas, mas também o processo de produção — vídeos costurando, explicando sobre os materiais reciclados e mostrando os bastidores. Isso gerou bastante engajamento, porque as pessoas se conectavam à história por trás dos produtos.

Além disso, enviei algumas peças para microinfluenciadores do nicho de sustentabilidade e moda consciente. Eles ajudaram muito a divulgar a marca para públicos que tinham o mesmo propósito. Eu não tinha dinheiro para campanhas grandes, então as parcerias eram sempre trocas.

Outro ponto-chave foi a criação de conteúdo útil. Fiz posts no blog do site sobre moda sustentável, dicas de consumo consciente e como cuidar dos acessórios reciclados. Isso ajudou no SEO e trouxe tráfego orgânico, especialmente de pessoas que estavam pesquisando sobre sustentabilidade.

Por fim, a interação com os clientes foi essencial. Sempre respondi pessoalmente às mensagens, valorizando cada compra. Muitos clientes se tornaram fãs e começaram a recomendar os produtos. Um exemplo disso foi o boca a boca digital: os stories e postagens dos próprios clientes foram um dos maiores motores de crescimento.

Hoje, continuo investindo em campanhas segmentadas nas redes sociais, e-mail marketing e em aprimorar o site para oferecer uma experiência de compra mais fluida. Mas o que me ajudou de verdade a crescer foi manter um propósito claro e construir uma relação autêntica com o público.

 

Possui algum arrependimento?

Sim, alguns! Acho que o principal arrependimento foi não ter delegado mais cedo. Por muito tempo, tentei fazer tudo sozinha: produzir, divulgar, atender clientes, cuidar do financeiro… Isso me levou a um esgotamento enorme, e tive até que pausar as vendas por algumas semanas em um momento crítico.

Outro erro foi não dar a devida atenção à parte financeira logo no começo. Eu focava tanto na produção e nas vendas que não tinha controle sobre os custos reais. Isso me causou prejuízos desnecessários, porque não precifiquei os produtos corretamente no início.

Também me arrependo de não ter investido em um site profissional mais cedo. Por um tempo, confiei demais apenas nas redes sociais, mas percebi que um site bem feito passa mais credibilidade e facilita a conversão de vendas. Quando finalmente fiz a mudança, o impacto foi enorme, mas poderia ter acontecido antes.

Apesar desses arrependimentos, vejo cada um como aprendizado. Sem esses erros, talvez eu não tivesse entendido tão bem o que funciona e o que não funciona no meu negócio hoje. O importante é aprender rápido e corrigir o rumo, e isso foi o que eu sempre tentei fazer.

Se falar sobre seus números publicamente não for um problema, qual a receita mensal da Artesã Urbana?

Não é problema! Hoje, a Artesã Urbana tem uma receita mensal média de cerca de R$ 15.000,00.

Esse valor varia um pouco dependendo da época do ano. Por exemplo, os meses próximos ao Natal e datas como Dia das Mães têm um aumento significativo nas vendas, e a receita pode ultrapassar R$ 20.000,00. Já nos meses mais tranquilos, como fevereiro, costuma ficar mais próximo dos R$ 10.000,00.

O interessante é que a maior parte das vendas vem do site, mas ainda tenho um volume considerável de pedidos que chegam via Instagram, onde mantemos uma relação próxima com o público. Esse contato direto faz com que muitos clientes recorrentes voltem para novas compras, o que ajuda bastante a manter essa estabilidade.

Continuo reinvestindo boa parte do lucro no negócio, especialmente em melhorias de produção e marketing, porque ainda tenho planos de crescer e explorar novos mercados.

Qual conselho você daria para quem está hoje no lugar que você estava quando fundou a Artesã Urbana?

Meu maior conselho seria: comece com o que você tem e esteja disposto a aprender enquanto faz. Muitas vezes, ficamos presos à ideia de que precisamos de um plano perfeito, recursos ilimitados ou todas as respostas antes de dar o primeiro passo. Isso paralisa. Quando eu comecei a Artesã Urbana, eu tinha uma máquina de costura básica e muita vontade — o resto foi se ajustando ao longo do caminho.

Outro ponto é: não tenha medo de errar, mas aprenda rápido com os erros. Eu cometi vários, desde questões financeiras até decisões sobre marketing, mas cada erro me ensinou algo valioso que me ajudou a evoluir o negócio.

Além disso, recomendo muito investir tempo em entender o seu cliente. Converse, ouça e absorva o feedback deles, mesmo quando for crítico. Essa conexão não só melhora seus produtos e serviços, como também cria uma base fiel que pode sustentar o seu negócio.

Por fim, não subestime o poder do foco. No início, é tentador tentar abraçar todas as oportunidades, mas isso pode te desviar do que realmente importa. Tenha clareza sobre o que você quer construir e trabalhe consistentemente para chegar lá, mesmo que o progresso pareça lento. Persistência e autenticidade fazem toda a diferença.

Uma coisa me chamou atenção o ponto em que você descreve que iniciou como um “faça você mesmo”, essa abordagem ajudou os seguidores a ficarem retidos por você oferecer um conteúdo gratuito de qualidade?

Com certeza, o “faça você mesmo” foi uma estratégia natural que acabou se tornando um grande diferencial para reter seguidores. Desde o início, eu compartilhava dicas práticas e acessíveis sobre como reaproveitar materiais ou customizar acessórios em casa. Isso gerava muito engajamento, porque as pessoas se identificavam com a ideia de criar algo único e sustentável, mesmo que não fossem comprar de mim naquele momento.

Muitos começaram a me seguir justamente pelo conteúdo gratuito, e isso criou uma comunidade em torno da marca. O interessante é que, mesmo aqueles que não tinham intenção de comprar no começo, acabavam voltando, seja por curiosidade, admiração pelo trabalho, ou até por indicação de quem seguia.

Além disso, ensinar reforça a credibilidade. Quando mostro que entendo do processo e estou disposta a compartilhar conhecimento, as pessoas passam a confiar mais na marca e no valor dos produtos. Algumas até tentam fazer suas próprias peças, mas voltam para comprar, dizendo algo como: “Eu vi o quanto é difícil e valorizei ainda mais o seu trabalho!”.

Foi uma forma orgânica de atrair e reter seguidores, e ainda é algo que faço questão de manter, porque cria uma relação genuína com o público, que vai além da simples venda. É muito mais sobre inspirar um estilo de vida sustentável e criativo.

Por fim, com que frase final você deixa para nossos leitores?

“Transformar uma ideia em realidade exige coragem, persistência e coração. Comece onde está, com o que tem, e lembre-se: cada passo conta, mesmo os pequenos.”